Alimentação das crianças sempre é uma preocupação , achei esse artigo no site Atmosfera Feminina e achei legal compartilhar no Blog.
Você prepara a refeição com tanto carinho e ele torce o
nariz. Isso acontece porque seu filhote não sabe que o corpo está em
formação e que precisa dos nutrientes pra crescer forte e saudável.
Surge, então, a dúvida: como fazê-lo comer o que não gosta? A
nutricionista Andreia de Almeida Carvalho Vivas, do Hospital Badim, no
Rio de Janeiro, dá dicas de como lidar com essa situação.
É bem verdade que as crianças têm muita resistência em aceitar
alguns tipos de alimentos, como as frutas, verduras e legumes.
Principalmente os “verdinhos”. Viram a cara, fazem cara de choro...
Porém, é muito importante que esse bom hábito alimentar comece desde
cedo, ao serem introduzidos novos alimentos de acordo com a faixa etária
da criança. Tudo começa com o exemplo vindo de casa. Por isso, a
família deve estar reunida sempre que possível durante as refeições, em
horários regulares e longe da TV, que muitas vezes nos traz tentações
não muito saudáveis. Além disso, não dá pra querer que o filho coma
salada se ninguém mais na casa faz isso, certo?
Primeiramente, comemos com os olhos. Dessa forma, quanto mais
colorido o prato, mais atrativo ele se torna – além de mais saudável –,
pois estaremos incluindo pelo menos um elemento de cada grupo
(proteínas, glicídios, lipídios, vitaminas e sais minerais). Vale
enfeitar o prato, fazer carinhas com os legumes... Solte a imaginação!
É preciso convencer as crianças da importância de uma boa
alimentação para o bom desenvolvimento motor (andar, correr, brincar),
social (interação familiar e com os próprios amiguinhos) e cultural
(diversidade dos pratos, alimentos típicos de uma região ou de uma
cultura, como a mandioca, típica da cultura indígena).
É válido dar exemplos lúdicos para que elas entendam a função
de cada alimento ou mesmo para se identificarem com personagens. Por
exemplo: comer espinafre para ficar forte como o Popeye; comer cenoura e
ficar esperto como o Pernalonga. Afinal de contas, brincar também é
saudável.
Jamais esconda o que está oferecendo aos pequeninos. Podemos,
sim, mudar a forma de preparação para tornar o alimento mais agradável
aos olhos deles. Oferecer um bolinho de vagem no lugar de vagem refogada
ou uma torta de legumes com variedades no recheio facilita a aceitação e
mostra que o “bicho” não é tão feio como parece.
Nunca obrigue a criança a comer, pois, assim, ela estará
associando a comida a um castigo, punição e, consequentemente, tornará
esse momento fonte de muito sofrimento. Esse horário deve ser prazeroso,
e a recompensa virá naturalmente, como uma boa sobremesa ou um bom
soninho depois da refeição.
Os suplementos alimentares tornam-se necessários, quando, após
todas as tentativas, não obtivermos sucesso, ocasionando perda de peso.
Vale lembrar que os suplementos não são substitutos das refeições, e sim
um complemento.

Veja as 40 dicas para melhorar os hábitos alimentares infantis
IARA BIDERMAN
Colaboração para a
Folha de S.Paulo
Misturinhas
1 -
Misturar alimentos não é bater tudo junto em uma pasta sem cor nem
gosto definido. É importante deixar a criança entrar em contato com
sabores variados e aprender a diferenciá-los. Mesmo em uma sopa feita
com vários legumes, escolha a cada vez um que será predominante, na cor e
no sabor: cenoura, beterraba, mandioquinha etc.
2 - Nas
sopas de legumes, o melhor é amassar os ingredientes com o garfo, sem
passar pelo liqüidificador ou pela peneira, para conservar as fibras dos
alimentos.
3 - Acrescente legumes cortados bem fino no
omelete ou no recheio de panquecas. Eles também podem entrar em
croquetes, almôndegas e hambúrgueres feitos em casa.
4 -
Incremente a massa da panqueca com espinafre (bata no liquidificador 4
ovos, 500 ml de leite, 1 colher (sopa) de manteiga derretida e 1/3 de
maço de espinafre cozido, espremido e picado. Junte 200 g de farinha de
trigo, bata até ficar homogêneo e frite em frigideira antiaderente).
5 -
Yakissoba, macarrão japonês feito com legumes e carnes, é um ótimo
exemplo de mistura saudável e completa que a maioria das crianças gosta
de comer. Você pode comprar pronto ou fazer uma versão em casa (use os
legumes que tiver à mão, massa longa e shoyu --não use sal).
6 -
Inclua nas refeições comidas que a criança pode pegar com as mãos:
cenoura baby, tomate-cereja, espiga de milho, hortaliças cortadas em
palito (erva-doce, pepino).
Artes visuais
7 -
Coloque os alimentos que compõem a refeição separadamente no prato ou
em cumbucas individuais. Eles devem ter cores e texturas diferentes.
Deixe a criança se servir sozinha e provar cada uma das diferentes
porções.
8 - Não cozinhe demais os legumes. Quando estão
crocantes, além de serem mais interessantes visualmente, porque mantêm a
forma e as cores ficam mais vivas, eles são também muito mais
saborosos.
9 - Para deixar a salada mais atraente, espalhe
sobre as folhas croutons, batata-palha, ovo cozido picado, kani
desfiado ou pedaços de frutas amarelas e vermelhas (para contrastar com o
verde), como manga ou morango.
10 - Faça desenhos em cima
do purê de batata. Nada complicado: pode ser um círculo ou uma espiral
com ervilhas frescas ou congeladas. Não use as enlatadas --a questão não
é apenas nutricional, é estética, porque as ervilhas de lata são moles
demais e sua cor não é tão bonita.
11 - Outra idéia é
espetar flores de brócolis japonês cozidas al dente sobre o purê. Fica
mais gostoso quando é a própria criança quem faz a decoração de seu
prato.
12 - Cremes ou pastas de vegetais servidos sobre
torradas, frutas e legumes no espetinho também são maneiras simples de
valorizar o visual da comida.
13 - Espante o tédio da mesa
variando o preparo de cada alimento: um dia sirva cru, outro em forma
de bolinhos, ou refogado, cortado em rodelas, ralado etc.
14 -
Brincar com a apresentação do prato não significa esconder algum tipo
de alimento. Chuchu é chuchu, tomate é tomate, mesmo que eles sejam, por
exemplo, apresentados em forma de flor.
Sem neuras
15 -
Comer é um processo instintivo. O organismo regula a quantidade de
energia que precisa por dia; se a criança não comer nada no almoço, por
exemplo, ela acabará compensando nas outras refeições. Portanto, respire
fundo e e espere até seu filho ter fome.
16 - Nenhum
alimento é insubstituível. Seu filho não come cenoura? Ofereça abóbora,
mamão ou outros vegetais amarelos e alaranjados, e as fontes de vitamina
A estão garantidas. E ele nem precisa comer desses alimentos todo dia,
porque o organismo estoca a vitamina A.
17 - A mesma idéia
vale para qualquer grupo de nutrientes ou micronutrientes (vitaminas e
sais minerais). O ideal é equilibrar todos os grupos em uma refeição,
mas não se preocupe se seu filho passar mais de um dia sem comer algum
tipo de nutriente. Espere por até uma semana e é provável que ele busque
naturalmente alimentos que reponham sua necessidade.
18 -
A partir dos 4 ou 5 anos, é normal a criança não querer tomar leite.
Geneticamente, algumas populações (como as de origem mediterrânea e
africana) têm mais dificuldade de digerir o leite (por causa da
lactose), mas isso não ocorre com iogurte, queijos etc. E estes últimos
podem fornecer todo a cálcio e a vitamina D que a criança precisa.
19 -
Comida não é remédio. Qualquer pessoa pode passar a vida inteira sem
tocar um bife de fígado. As necessidades normais de ferro são supridas
se a criança comer proteína animal e frutas regularmente --as frutas
fornecem vitaminas que ajudam na absorção de ferro.
Sem chance
20 - Não sirva no jantar o mesmo cardápio do almoço. Se for reaproveitar os pratos, reinvente as combinações.
21 -
Não "ajude" a criança a finalizar o prato. Cada um come aquilo que está
no seu próprio prato, a quantidade que achar necessária.
22 - "Raspar" o prato não é uma coisa linda, obrigatória, nem necessariamente desejável. Não obrigue seu filho a isso.
23 -
Não faça ameaças de nenhum tipo, como dizer para seu filho que, se ele
não comer, ficará doente e terá de ir ao médico. Aliás, quando a criança
está doente mesmo, não a obrigue a comer. Mantenha a tranqüilidade e
espere até ela sentir fome (isso é um sinal de que ela está se
recuperando).
24 - Premiar quem come tudo também não é uma
boa prática. É comum os adultos sugerirem que a criança deve comer os
legumes, por exemplo, para poder ter a sobremesa. Nenhuma parte da
refeição é um prêmio, cada uma tem a sua função, porção e lugar.
25 -
O lanche também tem sua função, mas na dose, hora e lugar certo. Não
compense no lanche o pouco que seu filho comeu no almoço. O máximo que
vai acontecer é ele ficar com mais fome até a hora do jantar e, na
melhor hipótese, comerá bem.
Por exemplo
26 -
Crianças de 5 ou 6 anos estão na fase de estímulos primários. Elas são
atraídas por cores, formas, novidades. Nessa fase, os pais podem
proporcionar novas experiências gastronômicas para seus filhos,
apresentando os diferentes sabores dos alimentos.
27 - Na
boca, somos capazes de sentir apenas quatro gostos: doce (na ponta da
língua), salgado e ácido (nas laterais) e amargo (no fundo da boca). A
criança que já mastiga pode e deve entrar em contato com todos esses
tipos de gosto; dessa forma, poderá reconhecê-los e formar um repertório
de sabores (que é a mistura das sensações gustativas com as olfativas).
Quanto mais amplo for esse repertório, maior a chance de seu filho
comer (quase) tudo.
28 - A tolerância para o gosto amargo é
determinada geneticamente. Por isso, não tenha medo de oferecer à
criança alimentos com um certo amargor, como rúcula, por exemplo. Se ela
tiver predisposição, maravilha; se não, também está ótimo, não insista.
O importante é ela conhecer o sabor, para descobrir se gosta ou não
daquilo.
29 - O ambiente da refeição deve ser tranqüilo,
sem TV, música e muito menos gritaria. Deixe as conversas sérias e
broncas para depois. Todas as refeições (lanches inclusive) devem ser
feitas à mesa.
30 - Sempre que possível, faça pelo menos
uma das refeições principais com seus filhos. Se o horário de trabalho
for muito complicado, tente estabelecer um dia da semana para isso, como
rotina.
31 - Comida de crianças a partir de dois anos é a
mesma dos adultos --elas seguem os hábitos alimentares da casa. Isso
significa que, se os pais não comem frutas ou verduras, os filhos
seguirão o exemplo e forçá-los a comer salada pode ser um trabalho
inútil. Nesses casos, é preciso rever os hábitos de toda a família.
32 -
Leve as crianças para a cozinha. Quando elas mesmas preparam os
alimentos, certamente vão querer provar o que fizeram. É uma experiência
lúdica, prazerosa, como deve ser a relação com a comida.
33 -
Ir à feira com as crianças é um jeito divertido de apresentá-las ao
mundo das frutas e verduras. E os feirantes têm técnicas infalíveis para
fazer o filho do freguês provar as frutas que querem vender.
34 -
Fazer o supermercado com a família toda é um pouco mais complicado, mas
vale a pena. É uma boa ocasião para fazer acordos --para levar sorvete,
é preciso levar cenoura.
Vê se cola
35 -
Sirva porções pequenas --até para dar oportunidade de a criança pedir
mais, se quiser, porque gostou ou porque ainda está com fome.
36 -
Se o seu filho diz que não gosta de um alimento que não conhece,
proponha que ele prove um pedaço (tem de ser pequeno mesmo) e, se não
gostar, não precisa comer. Dê um tempo e ofereça pelo menos por mais
cinco vezes, em ocasiões e formas de preparo diferentes.
37 -
Ofereça as comidas que as crianças gostam preparadas de forma mais
saudável. Por exemplo, troque a batata frita por batata cortada em
cubinhos, regada com um pouco de azeite e sal e assada no forno por
cerca de 40 minutos.
38 - No lugar do doce com açúcar
refinado, ofereça banana-passa --o açúcar da fruta pode saciar a vontade
irresistível de comer um doce.
39 - Em vez de macarrão na manteiga, experimente servir a massa regada com azeite (ou, pelo menos, metade manteiga, metade azeite).
40 -
Use pão integral em forma de bisnaguinha (à venda em supermercados e
algumas padarias) para fazer o lanche da escola. No recheio, coloque o
tipo de queijo ou frio preferido pela criança e alface picada temperada
com azeite.